20. Chuva de Meteoros (+18)
— Me leva para o quarto, por favor…
Foi o que Ling Shan havia pedido, ou melhor, implorado a ele. Zhuo Yang ficou estático por alguns segundos. As mãos que acariciavam as costas pararam e levou uma delas de encontro à nuca, fazendo movimentos circulares. A outra subiu até o queixo e esfregou o polegar na bochecha do outro. Ele franziu a pele entre as sobrancelhas.
— Tudo bem… — suavizou a voz — Suba, vou carregá-lo.
Ling Shan, silenciosamente, deu um pequeno salto e passou as pernas pela cintura do empresário, abraçando-o. Seus braços caíram sobre os ombros e deixou que sua cabeça repousasse sobre um dos braços. O cantor parecia como um coala agarrado em Zhuo Yang. Este último, por sua vez, o segurou pelas coxas, num aperto considerável.
— Sabia que você continua bonito enquanto chora? — ele brincou — É um privilégio dado a poucas pessoas.
O cantor deu um riso em meio ao choro. Ele virou a cabeça e soprou algumas palavras no ouvido do empresário:
— Então posso me considerar um homem de sorte? — fungou, seu rosto ainda coberto por lágrimas, mas ao menos, o choro havia diminuído.
— Talvez. — respondeu bem humorado. — Por favor, senhor Ling, me guie.
Ling Shan deu um murmúrio afirmativo e se aconchegou mais nos braços do mais velho. Era estranho. Realmente estranho. Definitivamente estranho. Coisas importantes devem ser ditas três vezes! Não entendia esse sentimento que Zhuo Yang passava para ele. Sentia-se tão seguro quanto se sentia com a única pessoa que amou profundamente.
A maneira como esse patife agia às vezes era muito parecida, além de se assemelhar tanto com ele que vez ou outra era capaz de confundi-los parcialmente. Mas, também, ao mesmo tempo, eram diferentes demais. Ele tinha certeza que esse mundo poderia ser um mundo paralelo. Zhuo Yang poderia ser ele? A versão dele deste mundo? Ele esperava que sim.
Não. Não poderia projetar isso. Mesmo que fosse verdade, eram pessoas diferentes assim como ele e Ling Shan. Pessoas diferentes com vivências diferentes e vidas completamente diferentes. Hao Jin era um estudante enquanto Zhuo Yang um empresário bem sucedido.
Sentiu-se sufocado. Queria chorar novamente.
— Suba as escadas, terceiro quarto à direita. — a voz saiu trêmula.
Com uma audição aguçada, o empresário percebeu de imediato a mudança. Entretanto, achou que, por enquanto, era melhor deixá-lo em paz e precisava de um tempo. Ficaram em silêncio.
Eles atravessaram a sala silenciosa em paz, como se, através das grandes janelas não fosse possível ver o lado de fora, onde ocorria a festa. Nesse ponto da noite, tudo estava fora de controle.
O consumo de drogas, álcool já havia levado as pessoas a ter aquela falsa sensação de liberdade. Algumas dessas pessoas estavam desmaiadas nos sofás, debruçadas sobre o próprio vômito e ainda havia muitos aproveitando a pista de dança ou fazendo sabe-lá-o-quê dentro da piscina. O DJ no pequeno palco, provavelmente, era uma das poucas pessoas ainda sóbrias naquele lugar.
Felizmente, dentro de casa, o som não atravessava e apenas a confusão era visível.
Da escadaria, Zhuo Yang viu o irmão que raramente desistia daquela expressão patética de frieza com os outros se divertir ao dançar com outra pessoa e sorriu. Gostava de vê-lo assim, eram raros momentos que ele sorria.
Um toque sutil, tão delicado quase parecendo uma ilusão foi deixado em seu pescoço, o despertando daquela visão. Ling Shan havia lhe dado um beijo.
Zhuo Yang fechou os olhos ao sentir um arrepio percorrer todo seu corpo e respirou fundo, soltando uma risada nasalada logo em seguida.
— Não me provoque… — suspirou ao sentir a língua de Ling Shan percorrer a extensão do seu pescoço — o que está tentando fazer?
Ling Shan ficou por alguns segundos em silêncio antes de responder.
— Eu quero esquecer. — havia uma fraqueza evidente em sua voz — Mesmo sendo algo momentâneo.
Ling Shan se sentia como um lixo. Essa nova vida, essa nova chance estava o deixando exausto até em seus sonhos, ou melhor, pesadelos.
— Faça-me esquecer de tudo, Yang Ge. — um pedido sincero e desesperado — Por que não assinar o contrato em mim?
Zhuo Yang parou no topo da escada.
— É um pedido bastante ousado, meu querido tomate. — sorriu depois de escutar uma risada do outro. — Desça. — deu dois tapinhas de leve nas nádegas do cantor.
Ling Shan o obedeceu em silêncio e se posicionou de frente a ele. O olhar em seu rosto era como o de um cachorrinho perdido e sem dono, como se o pedisse para levá-lo para casa e devido a diferença de altura, isso o tornava ainda mais atraente aos olhos do empresário. Ele engoliu a seco.
— Disse que me abraçaria, não recue. — insistiu.
— Não vou recuar, mas devo dizer algo antes. — deu um passo para frente — Isso não vai te fazer se sentir melhor.
— Eu sei, não sou uma criança. — cruzou os braços na altura do peito — Yang Ge, por que se preocupa tanto?
Zhuo Yang ficou em silêncio e mordeu o lábio inferior, sem jeito.
— Não importa… não agora. — passou a mão nos cabelos, bagunçando-os e sorriu pequeno.
O empresário encarou os olhos brilhantes, Ling Shan parecia um pouco alterado, provavelmente por causa do álcool. Desceu o olhar para os lábios do cantor e levou uma de suas mãos até aquela carne macia e a esfregou, colocou o polegar entre os lábios macios.
— Espero que seus convidados não se importem do anfitrião desaparecer.
Ling Shan deu uma risadinha. Ninguém nem o notaria, ninguém se importaria. Havia poucas pessoas nesse mundo capazes de se preocupar com ele verdadeiramente e poderiam ser contadas nos dedos de uma mão. Sua presença não era tão importante quanto as pessoas achavam.
Trinta minutos depois, a porta do banheiro se abriu, a névoa causada pela água quente estava espessa e uma silhueta se formou. Alguns sons molhados e estalados podiam ser ouvidos. Dois pares de lábios colados, esfregando-se mutuamente, uma língua deslizou para dentro da boca, fazendo cócegas.
Ambos estavam nus, os corpos ainda molhados pelo banho. As gotículas de água escorrendo pelos músculos definidos e os cabelos grudados no corpo.
Sem fôlego, Ling Shan segurou-se em Zhuo Yang agarrando-se com firmeza em seu corpo e soltou um suspiro. O corpo estava mole e muito quente e não parecia ser da bebida ou do vapor, ou ainda, da vontade de ser fodido por esse homem. Será que tinham colocado algo em sua bebida?
— Merda, Yang geee, você quer me matar com essa água tão quente!? — jogou a cabeça para trás, os cabelos caíram completamente nas costas.
O mais velho aproveitou para passar a mão entre as madeixas longas de Ling Shan, alcançando-lhe a nuca para segurá-lo naquela posição e beijou seu pomo de adão. O cantor sentiu um espasmo.
Isso era para ser tão bom assim? Gostoso…
— Gege…
Ele deu uma risadinha.
— Acho que colocaram algo na minha bebida. — continuou com uma risada travessa. — Eu me sinto tãããão quente…
Ling Shan baixou a linha de visão, encontrando os olhos verdes obscurecidos pelo desejo. Ele parou de rir e encarou Zhuo Yang, que direcionava sua mão para entre suas nádegas.
— O que foi? — questionou o silêncio repentino — Você está contraindo tanto aqui. — movimentou os dedos entre a pele do períneo e levando até a estreita abertura ali próxima.
Ling Shan se remexeu em seu corpo, fazendo com que o próprio pau se esfregasse contra os músculos firmes do empresário. Era uma sensação gostosa, junto aqueles movimentos leves que o outro fazia entre suas pernas. Mas lhe causava uma certa ansiedade. Ele grunhiu.
— É só que é diferente… — piscou algumas vezes.
— Explique. Objetivamente.
A ordem veio quando, ao contrário de suas palavras mais duras, Zhuo Yang o deitou gentilmente e logo em seguida, também subiu na cama, ficando por cima.
Os cabelos pretos espalharam-se pela cama, refletindo a luz da lua que entrava pela janela do segundo andar. Ling Shan se aconchegou nos lençóis, num tom cinza escuro.
Era a suíte principal da casa, que tinha uma varanda justamente dando para o quintal onde a festa acontecia. A música alta atravessava as janelas de vidro, que estavam abertas, para reverberar nas madeiras dos poucos móveis ali. As cortinas translúcidas tremulavam pelo vento e o tapete shaggy branco estava molhado.
O rosto do cantor estava vermelho. Na verdade, sua pele era incapaz de suportar a força e poderia se machucar facilmente. Era por isso que havia algumas cicatrizes em seu corpo. A nudez revelava cada detalhe do que havia passado, as marcas que Cheng Yin havia lhe causado e o próprio Ling Shan havia ferido para si, mascaradas por uma tatuagem em cada pulso mantidas escondidas pela maquiagem.
Zhuo Yang segurou seus pulsos e deixou um beijo em cada um deles. O toque sutil, deu ao cantor uma sensação de ilusão.
— Vamos, baby. Explique para seu ge…
— Cafajeste! — fechou os olhos — Você não presta Yang ge…
— Você sempre soube e ainda está aqui. — segurou os dois joelhos de Ling Shan — Shan’er não seria tanto quanto eu?
— É diferente de quando é com Cheng Yin… — seu corpo se contorceu ao sentir o outro abrir suas pernas — Ele me machucava, doía tanto… Ayy! Estou zonzo.
O empresário sorriu, colocando os braços de Ling Shan acima de sua cabeça. Beijou seu pescoço, traçando uma linha até seu queixo e depositou outro beijo ali, subindo para os lábios.
— Não fale bobagens, Ling Shan… não sou tão gentil.
Continuou a rir de maneira travessa.
— Hehe, é verdade Yang Ge. — abriu os olhos encarando-os o de Zhuo Yang e lambeu os lábios — É impossível ser gentil com um pau desse tamanho. — É maior também, pensou.
— Você… — ficou momentaneamente sem palavras — Abra bem a boca.
Zhuo Yang o beijou com ferocidade. Abandonou a gentileza ao qual tratava Ling Shan, para descobrir e tocar cada pedaço daquele corpo. Os mamilos, ao serem tocados, amassados e chupados enrijericiam. O fato de quando tocar a parte interna de suas coxas, sempre senti-lo mais ansioso. A cintura, ao mínimo, toque, proporcionava um pequeno choque de eletricidade no cantor.
Ling Shan mordia os lábios tentando conter os sons vergonhosos saindo de sua boca e segurava os lençóis com força.
Tudo isso, cada sensação era nova. Tanto para ele quanto pelo que sabia das memórias do antigo dono. Antes, era uma competição pela força, queimando a raiva e o desespero pelo poder. Loucura controlada pelos ciúmes e a decadência do eu, a fim de se tornar um objeto qualquer para despejo da luxúria.
O contato físico, a combustão de um desejo e calor que sentia. Pelos céus! Não sabia se era por conta da droga que lhe foi induzido ou porque realmente se sentia assim.
Ling Shan olhou para baixo. Porra! Zhuo Yang tinha a boca em seu pau como se fosse uma comida deliciosa. Estava tudo em sua boca até alcançar a garganta. Sinceramente ele não sabia como ele era capaz de engolir tudo sem se engasgar, porque ele certamente não tinha um membro muito pequeno.
Mas, era bom. Muito bom. O aperto em sua glande na garganta, a língua deslizando habilmente pela pele frágil e sensível…
— Yang Ge… afaste-se.
Sentiu uma pressão diferente em toda a extensão do membro junto a um calor crescente. Sabia que a qualquer momento seria capaz de gozar. Contudo, Zhuo Yang continuou, com mais ousadia e levou suas mãos para outro lugar mais fundo em sua pélvis. Ao mesmo tempo, Ling Shan entrelaçou as mãos entre os cabelos do outro.
O formigamento se tornou mais intenso e os batimentos aceleraram gradativamente. Sua respiração ficou mais curta e os dedos dos pés se contraíram.
— Yang ge… pare! — mordeu os lábios com força.
Zhuo Yang deu um sorriso travesso quando se afastou do pau de Ling Shan, lambendo os lábios: um sorriso triunfante, um tanto sádico, ao ver seu parceiro se contorcer enquanto o orgasmo se espalhava.
Ele, ainda, para intensificar suas ações, ainda esfregou a glande sensível arrancando um gemido alto e inesperado, fazendo-o arquear as costas. Ling Shan deixou que alguns palavrões escapassem como uma sinfonia agradável aos ouvidos de Zhuo Yang.
O cantor olhou para ele com o olhar nublado e um tanto incrédulo, havia pequenas gotas de água nos cantos dos olhos. Era a primeira vez — para os dois — quando se tratava de sexo oral.
— Disse a você para não gemer. — falou, já sem um resquício de sorriso no rosto e com os olhos estreitados — É tão difícil obedecer, Ling Shan?
Com o corpo fraco, incapaz de mover um músculo, esbravejou como se fosse um gato manhoso:
— Filho da puta, o que você fez? — estava ofegante — Não saiu nada…
Zhuo Yang apertou com gosto as coxas de Ling Shan e balançou a cabeça sutilmente para que ele se segurasse.
— Como foi, não gostou?
Respirou fundo e ficou em silêncio algum tempo antes de acenar a cabeça em concordância. Nesse momento, Zhuo Yang não conseguiu se manter sério quanto gostaria. A visão de um Ling Shan tímido o atingiu completamente e foi incapaz de se impedir de dar uma mordida na bochecha dele.
O cantor parecia um pouco mais sóbrio depois de ter se liberado.
— Onde está o lubrificante e preservativo?
Um sussurro tímido atingiu os ouvidos do empresário.
— Na gaveta da cômoda. — puxou o travesseiro para o rosto, envergonhado.
Tudo o que sentia, pareceu muito intenso. Mesmo quando namorava Chun Hai, ao sentir-se apaixonado, não sentiu tanta intensidade. Obviamente, eram sentimentos diferentes, porém foram as duas coisas que até então se tornaram tão poderosas. E não tinham ido até o final… Ao pensar nisso, sentia-se um pouco nervoso.
— Shan’er. — escutou um murmúrio próximo demais do seu rosto tampado, para logo em seguida, ver o travesseiro ser retirado.
Até mesmo a voz dele o deixava excitado!
— Não se esconda. — seu tom era baixo e ele tinha o lubrificante em mãos.
Para ser sincero, poderia ser considerada a primeira vez de ‘Lin Shan’ fazendo sexo. Era difícil dizer que, naquele momento ao renascer, poderia ser considerado sexo, já que eles pareciam dois animais no cio e ele estava tão confuso que não sabia dizer o que estava acontecendo.
E, além disso, o que Zhuo Yang lhe disse, causou um gatilho de suas lembranças. Houve várias vezes em que, quando Ling Shan tinha seu corpo vendido para outros patrocinadores, muitos deles o pediam para esconder seu rosto ou gostavam de fazer por trás, para não ter a concretização de que era um homem ao qual estavam fodendo.
Percebendo que, de repente, seu parceiro perdeu o foco, Zhuo Yang, novamente, começou a masturbá-lo. Ele segurou o próprio pau contra o do cantor e despejou lubrificantes sobre eles. Pego de surpresa, Ling Shan deu um murmúrio manhoso, que fez o empresário puxá-lo para sentar em seu colo.
— Que tal me ajudar, Shan’er? — mordeu o lóbulo da orelha e os puxou suavemente — Não consigo me concentrar direito.
— Mentiroso! — passou a mão pela nuca do outro, segurou seus cabelos e o beijou. — E como exatamente eu devo te ajudar? — murmurou, afastando-se por um momento. — Porque, até onde vejo, você está se concentrando muito bem agora.
O cantor soltou um suspiro, sentindo suas nádegas serem apertadas. Ele buscou os lábios de Zhuo Yang novamente, suavemente enquanto sua mão trabalhava em conjunto com a do outro. Os movimentos ora suaves, ora frenéticos ou esfregando uma glande na outra, causavam uma sensação arrepiante.
Por ainda estar mais sensível ao orgasmo que sentiu, Ling Shan estava tendo dificuldades em manter o ritmo com a mão, que tremia parcialmente. Sabia que dessa vez, chegaria mais rápido. Zhuo Yang, por sua vez, continuou com movimentos mais acelerados enquanto a outra mão habilmente encontrou seu caminho.
Algo tão repentino, fez Ling Shan arregalar os olhos, levemente assustado. Ele parou os movimentos com as mãos para se apoiar completamente no outro e colocou a cabeça no ombro de Zhuo Yang.
A estimulação na frente e atrás parecia demais, era estranho porque era doloroso, mas também trazia aquela pressão incomum.
— Avise se estiver desconfortável. — falou, a voz rouca e carregada de emoção.
Ele não demorou a achar aquele ponto de prazer, onde começou a friccionar seus dedos, concentrando completamente seus movimentos para ajudá-lo a relaxar, pavimentar o caminho para algo maior.
O quarto começou a ser preenchido por gemidos e suspiros de ambas as partes. Entretanto, algo difícil a ocorrer para o mais velho, pois transar nem sempre era prazeroso para ele. Muitas das vezes era somente dar prazer a outra parte, sem emoção.
Diariamente, homens e mulheres, jogavam-se em seus pés para ter uma noite com ele em troca de sua estreia na mídia. Havia muitos rumores espalhados em relação a este jovem herdeiro, beirando a fantasias estúpidas de que ele era viciado em sexo. De certa forma, não podia negar o quão bem se sentia, mas como tudo que se torna uma rotina acaba ficando tedioso.
Quando era mais novo, no entanto, nem sempre era assim. Fazia porque gostava, por sua imprudência, pela sensação de dominação. Mas, fazia alguns anos que não sentia-se tão excitado. Não desde aquela vez. Ele sorriu.
Queria entrar naquele segundo. Seu pau estava pulsando, almejando encontrar algo para se aconchegar.
Então, para ele, não era incomum ter essa impaciência. Queria, desde o banho quando o ajudou a se limpar, desde que o viu naquele hotel e desde antes, destruir esse comportamento rebelde. Fazê-lo se submeter.
Porém, ao contrário do que esperava de seus comportamentos habituais, estava sendo paciente. Paciente demais. Mas, devia admitir que isso também era bom. Ir com calma, sempre pode trazer muitos benefícios.
— E-Eu vou…
— Tudo bem. – respondeu ofegante, não iria aguentar mais também — Apenas deixe…
Ling Shan gozou quando foi penetrado. Zhuo Yang parou os movimentos de repente para continuá-los dentro dele. O cantor perdeu completamente a força do corpo e se deixou ser levado pelo outro.
Um beijo longo e voraz, estocadas profundas que cada vez mais faziam-no perder o controle da própria voz ao prazer que sentiu ao escutar os gemidos roucos de Zhuo Yang em seu ouvido. O mais velho parecia fazê-los de propósito, porque toda vez que esse barítono rouco escapulia de seus lábios, sentia o corpo pressioná-lo por dentro. Era inevitável porque sua voz naturalmente era fodidamente sexy.
Gostava também de quando o mordia e seus movimentos tornavam-se lentos, quebrando o ritmo. Causava-lhe uma coceira, um calor que subia desde onde estavam conectados até o cérebro culminando numa dormência, no êxtase de tê-lo mais profundo.
E, porra! Zhuo Yang estava o deixando louco! Tratando-lhe com rudeza nas estocadas enquanto mãos e boca, buscava suavidade, rastreando cada ponto sensível do seu corpo, cobrindo-o com chupões e mordidas. A mente de Ling Shan se perdeu em algum ponto, ficando em branco e não conseguia pensar em mais nada do que aquela sensação de felicidade pura e sexual.
Trocaram de posições várias vezes, mas quando o cantor se sentiu exausto, apenas deitou-se na cama, enquanto sentia mais uma vez, próximo ao êxtase. Sua cabeça pendeu para trás, na borda da cama e seus cabelos arrastaram-se no chão. Ele abriu os olhos vendo o céu noturno e estrelado.
Foi nesse momento que vários pontos brilhantes atravessaram o céu. Uma chuva de meteoros, trazendo um grande clarão azulado e transformou-se em estrelas cadentes. Estrelas cadnetes pelas quais, mesmo não acreditando, fez um pedido: que este momento pudesse durar mais um pouco, antes de retornar à sua vida desiludida. Que ele fosse capaz de suportar e pudesse viver finalmente o seu sonho.
Ling Shan foi puxado para o centro da cama. Zhuo Yang o segurou pela cintura, abraçando-o com cuidado e depositou um beijo no seu pescoço, seguido por uma mordida suave que angariaria um pequeno hematoma.
— Tenha cuidado, Shan’er.
O cantor olhou nos olhos do parceiro. O verde em seus olhos emitia um brilho reconfortante, profundo e com um toque de obscuridade. Suas mãos, nada tímidas, acariciavam as costas ao deixar um rastro de fogo, desconcentrando-o. Deveria se policiar e não se deixar levar pelas ações carinhosas dele, pois sabia dos seus desejos — e havia deixado claro para si — ou deixar ser seduzido pela presença de Zhuo Yang, mas também sabia que, já era meio tarde para isso, porque esse homem perigoso em sua frente já havia tomado algo dele desde o primeiro momento em que se viram.