Capítulo 20
Daniel Herece ia aqui e ali todos os anos. Na primavera foi para a cidade portuária de Karina e, quando ficou entediado lá, ele fez uma visita para Babiletta, onde é inverno o ano todo. Lá, desfrutou da comida de inverno à vontade e, quando os dias estavam frios, ia para a quente ilha tropical de Balak. E quando ficava entendido de novo, pegava um avião ou trem para um novo lugar.
Ele vai a qualquer lugar do mundo o ano todo, mas raramente vai para casa. Daniel, na verdade, não gostava muito da Mansão Herece. A mansão, que era desnecessariamente espaçosa, com muitos prédios e tudo arrogante, parecia muito com seu irmão mais velho, e ele se sentia deslocado.
Mas ainda assim, esteve longe por muito tempo. Daniel entrou na mansão, imaginando se o Robert tinha ficado careca, que insistia em perguntar quando ele voltaria toda vez que ligava.
Claro, ele não entrou pela porta principal. Daniel, sempre preocupado que as pessoas da mansão estivessem entediadas para recebê-lo, estacionou seu carro perto da mansão e atravessou o jardim por uma passagem secreta que costumava usar no passado para surpreendê-los. Poucas pessoas sabiam disso, mas havia alguns desses buracos nos vastos terrenos da mansão.
Daniel assobiou e entrou na mansão. Ele foi direto para o segundo andar. Ele sabia exatamente onde e o que fazia seu irmão mais velho, Helbert, àquela vaga hora das cinco da tarde. Ele provavelmente estava lendo um livro em seu escritório, ouvindo música clássica em fones de ouvido. Ele sempre lia na biblioteca das quatro e meia às cinco e meia, segunda ou domingo, chuva ou sol. Então, levantava exatamente às 5h30, verificando o seu trabalho e jantando às 7h.
Daniel gostou bastante que o homem assustador fosse seu irmão mais velho. Ele não o odiava mesmo quando pensava que não haveria outra pessoa antiquada no mundo. Provavelmente porque era o único parente de sangue que restava no mundo. — De qualquer forma, Daniel gostava bastante de Helbert, embora muitas vezes pensasse que poderia odiá-lo genuinamente se não fosse por sua família.
Daniel caminhou até o escritório e abriu a porta.
— Irmão?! Irmão?
Daniel, que abriu a porta da sala de estudo sem bater, inclinou a cabeça com uma expressão confusa no rosto. Ele mesmo sempre abriu a porta desse jeito dizendo ‘Irmão, faz tempo que não vejo!’, sejam 3 anos ou 10 anos, não ficava nem um pouco surpreso quando ele dizia: ‘Eu disse para você bater várias vezes. Você não é nenhuma criança.’
— Isso não pode ser? — Daniel murmurou ao retornar após confirmar que Helbert não estava no escritório.
— …..? Onde ele está? Doente?
‘Não, ele é um tipo de pessoa que nunca ficaria doente. Sua saúde era tão boa que parecia lhe faltar a beleza humana já era um exagero.’ Aparentemente, Daniel estava passando por aqui depois de confirmar com Schmidt, o secretário de Helbert, que Helbert não tinha nenhum horário especial desde a semana passada. ‘Para onde foi parar aquele não humano que deveria estar no escritório?’
É uma coisa rara. E ao mesmo tempo era estranha. Daniel murmurou perplexo. Era como ver o sol nascer no oeste.
— Irmão?
Daniel abriu a porta do quarto. ‘Ele não está realmente deitado na cama, está?’ Quando Daniel olhou ao redor do quarto com uma expressão preocupada no rosto, ele não viu Helbert.
Mas um jovem com um rosto familiar estava sentado inexpressivamente em frente ao criado-mudo.
— Maria… ah, Johann?
Daniel lembrou-se da existência de Johann que ele havia esquecido apenas quando viu seu rosto pela segunda vez. Era Johann Rustin, a quem ele recomendou e enviou à mansão alguns meses atrás.
‘Ah…’ Daniel só então se lembrou de Johann e soltou uma exclamação. Quando ele mandou o Johann para a mansão, por cerca de 5 ou 6 dias, Daniel perguntou como as coisas estavam indo. Mas mesmo sua curiosidade durou pouco tempo. Ele queria ver a reação do seu irmão mais velho, mas esqueceu do Festival do Tomate realizado em Chidori, então ele teve que fazer um desvio antes disso. E depois, seguiu um simpático jovem que conheceu lá para o continente Pen.
De qualquer forma, Daniel se surpreendeu com a aparição de Johann, de quem havia se esquecido completamente, e se aproximou dele.
— Como você tem estado? O que você está fazendo aqui? Por que …
Daniel sorriu levemente e falou com ele. Foi porque Johann não parecia saber que Daniel tinha vindo. Ele olhou para cima com um rosto atordoado e estreitou os olhos quando viu Daniel.
— Daniel…. .
Johann voltou a si, falando como se tivesse apagado. Há quanto tempo ele estava aqui, Johann tropeçou em seus pés e Daniel correu e o agarrou.
— Você está bem? O que você está fazendo aqui?
Este não é um cômodo onde qualquer pessoa podia entrar, mas Daniel, que o segurava, disse, e Johann, que estava atordoado, segurou-o e ficou ali por um tempo, depois franziu os lábios.
— Hum… .
— Johann?
Daniel chamou por ele, cujos lábios se moviam como se sua voz não estivesse saindo bem, Johann falou com uma voz rouca.
— …. por que você me mandou pra esse lugar?
— Como?
Daniel inclinou a cabeça para a voz cheia de ressentimento e olhou para ele. Quando Johann começou tristemente com Daniel, como se uma represa tivesse estourado.
— É porque eu pareço com a Maria, é por isso que me mandou pra cá? Você achou que o chefe ficaria surpreso ao ver meu rosto?
— Johann?
‘Eu acho que houve relações sexuais entre os dois.’ Daniel esperava que ele estivesse errado, mas parecia improvável. ‘Oh meu Deus. Helbert fez isso com Johann.’ Daniel prendeu a respiração com o inesperado.
Na verdade, Daniel esperava que Helbert não reagisse em particular quando visse Johann. Como poderia um nobre que fosse indiferente até mesmo com a Maria ter algum interesse por um jovem que se parecia com ela? Daniel só queria mostrar sua incrível descoberta e mau gosto. Ele só queria ver onde um jovem que se parecia exatamente com a Maria estivesse trabalhando na mansão do Helbert. Quem diria que algo inacreditável havia acontecido.
Aquele Helbert, o homem que claramente sabia das intenções de Daniel, tocou no Johann. Daniel perguntou, esfregando a testa em choque como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo.
— Meu irmão, onde está Helze?
— Eu não sei.
Johann disse, enxugando as lágrimas com a palma da mão.
— Se você encontrar o chefe, diga a ele. Que fui embora, então ele pode voltar para casa. Por favor, diga-lhe também que eu sinto muito por não perceber isso tarde demais.
Johann fungou e pegou o seu irmão que estava deitado na cama e dormindo. Johann acalmou o garoto sonolento e foi na direção da porta rapidamente como se estivesse fugindo, e Daniel, que estava parado com uma surpresa em seu rosto como se tivesse levado uma surra, agarrou-o às pressas.
— Agora, espere um minuto.
Johann olhou para ele como se tivesse algo mais a dizer, e Daniel engoliu em seco. O que aconteceu com seu irmão, por que ele estava aqui, além de dormir com ele? Havia uma série de perguntas que ele queria fazer, mas Daniel sabia que seria imprudente dizê-las agora.
— Desculpe. Foi para minha própria diversão, mas não achei que faria mal a você e sinto muito.
Daniel se desculpou sinceramente. Normalmente, ele teria dito que estava tudo bem, mas Johann olhou para o chão com os lábios bem fechados. E quando abriu a boca, parecia que palavras desagradáveis e vulgares iriam sair. Não foi culpa deste homem, mas foi tudo culpa sua por o enviar aqui. Johann engasgou em busca de lágrimas, e Daniel perguntou a ele.
— Você não poderia, por favor, me dar uma chance de me desculpar?
Quando Johann olhou para cima, ele estava sorrindo amargamente.
***
Foi no dia seguinte que Helbert voltou para a mansão. Fazia exatamente uma semana desde que ele deixou.
Voltando para casa, Helbert estava um pouco irritado. Porque o carro estava indo muito devagar. Sua mente já havia entrado na mansão e subiu para o quarto enquanto o carro andava bem devagar e rastejando pelo jardim.
A casa é desnecessariamente espaçosa. Helbert olhou para o motorista, pensando que pela primeira vez na vida estava irritado com o tamanho de sua casa. ‘Se você vai dirigir devagar, qual é o sentido de dirigir um bom carro como este?’
‘Tenho que ser paciente. Esperei uma semana pra isso.’ Helbert tinha certeza na sua cabeça, que o Johann não tinha voltado para a cabana, e estava esperando-o, por esse motivo ele não tinha que se preocupar, apenas menos de 10 minutos chegaria, mas o seu coração estava descontrolado. Parece desrespeitoso, mas deu vontade de sair do carro e correr.
O carro finalmente chegou à mansão e Helbert abriu a porta e saiu antes que os criados pudessem abri-la.
— Você tem estado bem? Onde está indo com tanta pressa?
À pergunta de Robert, Helbert deu um aceno brusco e olhou em volta. A notícia deve ter chegado à mansão quando passou pela entrada, então ele não pode ver o rosto que pensou que estaria esperando por ele na entrada agora.
‘Será que ele está no quarto? Já que faz sentido que disse para me esperar lá.’ Helbert contraiu a boca involuntariamente ao se lembrar do rosto que o esperava no quarto.
— O senhor vai querer jantar?
— Tá tudo bem, mais tarde….
Robert o seguiu, um pouco surpreso ao ver Helbert subindo as escadas como uma pessoa nervosa. Helbert caminhou para o quarto sem demora e abriu a porta.
— Johann!
Helbert olhou para dentro e o chamou. O quarto estava vazio, nem mesmo uma saudação e nem mostrou o nariz mesmo quando gritou bem alto.
Helbert abriu as portas conectadas ao quarto uma a uma para ver onde aquela pessoa estava. Depois de vasculhar o último banheiro, Helbert se virou para Robert, que estava parado atrás dele com uma expressão confusa.
— Onde está o Johann?
‘Não acredito que não voltou para aquela maldita cabana depois de dizer que não era para voltar.’ Para a pergunta irritada de Helbert, Robert olhou para dentro como se não entendesse e respondeu.
— Ele definitivamente estava aqui dentro, mas acredito que ele saiu para andar.
— Andar?
Helbert estalou a língua como se estivesse matando alguém e saiu para o jardim. No entanto, nem Johann nem Philip foram vistos em qualquer lugar do grande jardim.
Logo, todos na mansão tiveram que procurar Johann, e logo perceberam que ele e seu irmão Philip não tinham sido vistos desde a noite anterior.
Assim que Helbert percebeu que Johann não estava na mansão, rangeu os dentes e se dirigiu para a cabana. Pensando que por qualquer motivo ele daria um golpe certeiro nele e demoliria a pobre cabana, Helbert estacionou seu carro em frente a ela.
— …..?
Depois de sair do carro, Helbert olhou ao redor dos arbustos sentindo-se estranhamente inquieto. Ele não sabia o que era, mas havia uma estranha sensação de mal-estar enquanto caminhava em direção à cabana.
‘Sempre foi tão longe, aqui?’ Helbert olhou novamente para a cabana. Costumava ser uma cabana de montanha em ruínas, mas hoje parece mais uma casa abandonada.
Mas era uma cabana irritante de qualquer maneira. Helbert mordeu os dentes e avançou, abrindo a porta com um estrondo.
— Johann, saia.
Helbert estava prestes a importuná-lo longamente, dizendo-lhe para sair e explicar por que ele estava aqui e não em seu quarto, que você nunca ouviu-o direito.
— ???
Ele franziu a testa para o interior deserto e escuro da cabana. Dentro dela, como no quarto, não havia portas para abrir individualmente. Uma rápida olhada ao redor deixou claro que Johann não estava lá dentro.
— Onde você…..
Helbert, que estava prestes a dizer: “Pra onde você foi?” parou no meio da frase como se sua língua congelasse. Ele piscou e olhou para dentro. Não havia vestígios de pessoas dentro da cabana bem arrumada. Nem a roupa pendurada na janela, nem os brinquedos de Philip, nem a pequena bagagem que ele carregava.
Como se ninguém nunca tivesse existido, seus vestígios desapareceram completamente.
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LILITH TRADUÇÕES